Como é
também papel da imprensa livre, imparcial, ouvir as partes de uma história para
não cometer injustiça, resolvemos também de forma desprendida publicar o que
ouvimos como a versão do médico para o caso do menino Pedro Lucas, filho do
escritor Ismael Lopes.
Conversei longamente com o
médico que realizou o parto do menino Pedro Lucas e segundo ele, todos os
procedimentos e acompanhamentos foram realizados dentro das possibilidades. Não
houve negligência médica como relatado pelo pai, e tampouco faltou a
assistência necessária. Quando questionado sobre a UTI Neonatal, o profissional
médico foi claro em afirmar que a Unidade Hospitalar onde acontecera o parto
não conta com mesma (apesar de ter todos os instrumentos necessários para a
instalação de tal), assim como o próprio Hospital Regional sediado em
Ouricuri-PE, também não conta com essas instalações, por entender que é preciso
manter uma equipe mínima formada nos termos e regulamentação preconizados pela
Portaria nº 930, 10 de maio de 2012.
Ainda acrescentou, que os
procedimentos corretos para a transferência também foram realizados dentro do
que determina a Portaria 930/2012 – Capítulo II - § 2º - Os
recém-nascidos que necessitem dos cuidados específicos de Unidade Neonatal e
que se encontrem em locais que não disponham destas unidades devem receber os
cuidados necessários até sua transferência para uma Unidade Neonatal, que
deverá ser feita após estabilização do recém-nascido e com transporte sanitário
adequado, realizado por profissional habilitado.
Magoado com as declarações do pai, principalmente quando
ele acredita que foi posto em jogo a sua reputação profissional, assim como
também o seu perfil de fazer “Política” com “P” maiúsculo, seria no mínimo
sensato uma retratação pública para desfazer o mal entendido.
Acrescentou ainda que a carga do plantonista numa Unidade
Hospitalar que recebe uma demanda muito grande é exaustiva e evidencia a
necessidade de mais de um profissional, para atender a contento principalmente no setor
de emergência.
Quanto a Unidade Hospitalar, ele acha muito injusto a
maioria das críticas que são feitas de forma muitas vezes irresponsável, e que,
geralmente existe uma distorção dos fatos e um atrelamento com a atual situação
municipal. Ele reconhece que muita coisa precisa mudar e ser feita para melhor
a assistir principalmente os usuários do SUS, e que para isso, tudo precisa
ficar transparente, inclusive os recursos que são recebidos pelo hospital para atender
uma demanda tão grande, para as pessoas terem a noção de que é preciso muito
mais para garantir atendimento de qualidade a população.
Essa foi a versão do médico sobre o “Caso Pedro Lucas” que ouvimos atentamente, e que deixamos o leitor tirar as suas próprias conclusões. As nossas indagações e interrogações ainda deixam muita coisa sem resposta na atual situação da saúde em Araripina. Talvez esclarecimentos, atitudes e ações prioritárias, tornem o quadro menos tenso, porque vivemos em alta tensão quando precisamos lidar com a nossa saúde.
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